Todo relacionamento tem uma complexidade. Quando uma ou mais pessoas criam um elo de amizade, de bem querer, ou romance (um casal) há uma mistura de sentimentos – alegria, dor, inveja, ciúmes, posse, subjetividades, individualismo, etc. É como afirma um ditado de cunho popular: “Teu espaço termina quando começa o meu”. Mas como medir ou delimitar virtualmente este espaço? Como sinalizar invasão? Onde fica o tal cercado holográfico? Como transpor limites ao outro de uma forma suave?
É estranho e feio, pela ótica da “educação”, dizer a alguém – Não gosto de você, ou não gosto mais de você. Infelizmente a hipocrisia é necessária para o convívio social.
Me sinto estranho quando estou tomado num turbilhão de sentimentos que passam como os líquidos num liquidificador que nos permeiam quando estamos dentro de relações. As reações do outro não são previsíveis e a expectativa só entra em jogo para complicar a situação. As pessoas mudam o comportamento contigo sem prévio aviso, sem pontuar os fatores que estimularam o novo tratamento. Falo especialmente quando o comportamento é retrógrado.
Sou frio para algumas coisas, pois canso rápido de “jogos” flutuantes e sentimentos inexatos – a dúvida eterna. É amigo ou não é; namorado(a) ou colegas, somos confidentes ou estranhos, conhecidos ou desconhecidos, nossa relação é profunda ou superficial? (Desse tipo de flutuação que falo). A Sensação de estar sempre em cima no muro é péssima. Tratar outra pessoa com melindres, receio de magoá-la ou feri-la chega a ser dramático demais.
As pessoas acomodam-se num comodismo e comigo não foi diferente por muito tempo e em muitas áreas. Hoje, em muitos casos, meu coração acelera meu metabolismo sensitivo adiantando situações e ocasiões. Isso às vezes me torna frio. Não consigo realçar sentimento profundo com a pessoa em questão que vai entrando num local gélido e úmido dentro de mim. Nesse local estão os resíduos, fragmentos de sensações, as quais se joga fora ou se guarda num local escuro e escondido. Você sente quando está sendo evitado, ignorado, quando a pessoa se torna escorregadia. Nesses casos minha paciência fica quase zero, inexiste a vontade de estar na presença da pessoa, de prestar atenção nela ou no papo dela. Entro numa viagem interna, num tipo de insanidade induzida – quando seu corpo físico está presente, mas sua mente saiu para passear.
Que louco tudo isso. Achei um poema que se encaixa neste labirinto de ilusões e sentimentos perdidos. Segue abaixo.
“De balanço em construção quase pronto, desenha-se uma zona protegida, como a fronteira de uma grande reserva ou o recorte de uma Estética de fragmentos. Lembra o lema que aqui se impõe: fragmentos de imagens e de fios, que talvez nem juntos e ligados deixem de ser fragmentares. Vai chegar o Novo, fragmentos para um Todo que a cada um cabe elevar e salvar. Por Amor de Si, incorrupta dignidade. É que o real põe-se, não se expõe – e põe-se com um amor inelutável e muitas viagens e germinações. Ínvios caminhos que sejam, pois que em qualquer sítio se pode estar a caminhar em direção ao sol”. (Fonte on line Espelhos e Labirintos)

muito verdadeiro este texto,também aprecio relacionamentos estáveis,de gente que conhece meu bom e o ruim e mesmo assim permanece me amando e vice versa...tenho encontrado este amor somente em Deus e em minha família.Abraços.
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