* Chega fevereiro e a maioria das igrejas (ainda) se mobiliza para reunir jovens, adolescentes, crianças e até adultos em chácaras, sítios, hotéis-fazenda e outros locais - como escolas - não só como uma forma de fugir do maldito Carnaval, mas também para edificar os crentes e evangelizar os descrentes. São os acampamentos ou retiros, que atravessaram décadas e chegam ao século XXI com velhos e novos métodos mas o mesmo método que tenta mesclar estudo bíblico e momentos de lazer, isto é, tenta reunir teoria e prática cristãs num mesmo evento.
* Já participei de doze acampamentos e neste ano chegarei a meu 13º com o seguinte diferencial: será o primeiro ao lado de minha esposa. Em todos estes anos, já testemunhei estudos bíblicos superficiais e outros mais elaborados, escândalos, brigas, danças, coreografias, músicas diversas (das piores músicas mundanas possíveis a músicas sacras de altíssima qualidade), "ficadas", inícios e términos de relacionamentos, trilhas, acidentes, peças teatrais (eu mesmo criei, dirigi e atuei numa delas), serenatas, situações que foram do cômico ao constrangedor, intercâmbios... Seja em grupos de vinte e poucas pessoas ou de centenas, percebi uma coisa em comum em tais eventos, a qual parece nunca sair de moda: as tais noites disso ou daquilo, durante as quais os acampantes se fantasiam (alusão ao Carnaval?) e viram motivo ora de admiração, ora de gozação. Muitos ainda investem nas tais gincanas, em vários casos mantendo os nomes esquisitos, os gritos bélicos e até textos bíblicos, isso quando a disputa não é entre homens e mulheres. E dá-lhe fotos, vídeos, reportagens tanto impressas como em páginas na Internet...
* Trata-se de um "Big Brother" gospel no qual algumas pessoas se reúnem por quatro ou cinco dias e se isolam numa redoma geralmente bucólica, na maioria das vezes com direito a piscina e atividades esportivas. Constrói-se círculos de amizade tão fortes que quase todos os eventos nesse molde terminam com uma choradeira só, como se se tratasse dum momento mágico que estivesse chegando ao fim e que dificilmente se perpetuaria no mundo exterior (o que, de fato, acaba acontecendo na maioria das vezes). Geralmente o povo forma um coral e canta no culto do domingo seguinte ou mesmo se reúne na frente para que o pastor ore por eles; em seguida ocorre o "pós-acampamento", uma reunião cheia de alegria, descontração e histórias para contar ou relembrar, mas o tempo passa, a empolgação esfria e é necessário que haja outro acampamento para que esse frenesi retorne.
* Como não há nenhum tópico específico sobre este tema, este espaço é reservado para compartilharmos experiências, situações e ocasiões relacionadas a uma atividade sazonal que já faz parte da cultura evangélica brasileira e mexe com a maioria das igrejas nesta época do ano. Relembre momentos históricos, relate situações engraçadas ou não e diga como será - ou como foi - o acampamento de sua igreja neste ano.
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"Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo" (Gálatas 6:14).
AUTOR- SOROKBANO de Sorocaba - SP
